
PLURmagazine


Techno
O inicio
Anos 50 e a Musica Electrónica
A musica electrónica nasce de uma evolução social, económica e tecnológica ocorrida por todo o mundo no pós revolução industrial. Foi um género que começou a ser explorado por volta dos anos 50 na Alemanha, onde os compositores trabalhavam com sons produzidos em estúdio. Esses sons eram depois gravados e misturados e a peça musical era assim composta através de um trabalho de gravação sonora. Segundo algumas opiniões, esta foi, no seu inicio, considerada diferente da musica concreta (musica composta pela junção de partes completas ou fragmentos de sons) mas acabou por a "absorver" mais tarde.
O techno é assim definido como um estilo musical composto de sonoridades que têm como base a depressão de melodias. Um género musical que serve de personificação da industria em si (sons mecânicos) e da recessão causada pela indústria automóvel em Detroit (isto já nos fins dos anos 80).
Classic Techno: made in Detroit
É assim que nasce o Techno Clássico em Detroit. Nos seus anos primórdios, o techno assemelhava-se bastante ao electro (semelhança de sons contidos), ou seja, este género musical surge nos subúrbios de Detroit (mais propriamente em Belleville) mas ainda sem grande essência e levando alguns anos a encontrar a sua própria identidade.
Nomes como Cybotron, Model 500, Channel One ou Doppler Effekt são relevantes quando falamos desta 1ª vaga.
Apresenta-se assim uma primeira vaga ainda muito insegura mas com um enorme caminho a percorrer em busca da sua essência.
O mundo em constante mudança
O mundo evolui, nações e países sofrem alterações políticas, tecnológicas, industriais e económicas que mudariam o rumo e a própria velocidade como tudo se desenvolvia.
A segunda vaga foi marcada por influências muito importantes para a forma como o techno evoluiu e se afirmou enquanto género musical. O techno espalha-se pela Europa (finais década 80).
Ainda com pouca estandardização de tempos e estrutura musical, nomes como 808 State, LFO e Program 2 brilham. Deveremos perceber que o techno sempre teve várias influências da dita cultura rave, quer a nível musical, quer a nível cultural/social.
Golden Age
Esta foi a altura do boom da musica electrónica e de géneros musicais mais underground.
Caracterizada como a "golden age" do techno, nomes como Jeff Mills, Oscar Mulero, Carl Craig ou Damon Wild saem do anonimato e fazem história. O mundo do techno nunca mais viria a ser o mesmo, a cultura underground também não.
O techno por terras Alemãs
Chegamos à Alemanha, onde muitos afirmam ser o local onde o Techno, estilo musical até à altura sem grandes definições precisas e ainda com pouca consistência estrutural, se afirma como um género em expansão. Falamos então de uma terceira fase do techno, onde a sonoridade passa a ser computorizada, chegando assim a um estado simplista e mecanizado de tonalidade e escolhas musicais. Pode-se então considerar que o techno nascido por terras alemãs era composto de uma nova linha musical, soando um pouco como o trance da época, ou aquilo que se designaria na altura de Techno-Trance / Tech-Trance.
Artistas naturais da Alemanha como Andreas Kramer, Chris Liebing ou Technasia conseguiram ter grande repercussão a nível mundial.
Techno Sueco
É possível afirmar que o techno produzido por terras suecas terá deixado até à data um reportório mais perfeccionista, mais exacto do que se viria a tornar o estilo na actualidade.Quando falamos de techno sueco, falamos da busca pela evolução de ritmos e diferentes formas de combinar sequências musicais. É importante salientar que o techno sueco traz-nos uma conciliação entre uma estrutura musical coerente e sonoridades equilibradas entre si. Nomes como Adam Bayer, Ben Sims, Thomas Krome ou Cari Lekebush ficarão para sempre na nossa memórica e farão parte da história de um género musical, simpaticamente intitulado de techno.
Italo Techno
E dando um saltinho à Itália, país onde o techno sempre teve uma cena muito forte e cheia de atitude, será importante salientar nomes como Gaetano Parisio (um dos temas que ficará na memória do techno italiano é Ritmatica de G. Parisio), Mauro Picotto, Marco Carola, entre outros.
Techno Latino
Chegamos assim ao Techno Latino, provavelmente o tipo de techno que levanta mais duvidas no que diz respeito à qualidade musical. Existem vários juízos de valor sobre o mesmo, pois existe quem acredite que não é possível bem conciliar barulhos mecanizados inanimados não combinam com as sonoridades quentes que o techno Latino nos trás. Pelo contrário, também exista quem acredite que os opostos atraem-se e completam-se.
Um bom dj deve ser capaz, com discernimento e muita empenho em arriscar e fazer diferente, conciliando ritmos inicialmente contraditórios, dominando compassos, estrutura e tempos, e misturando com muita magia. Pretensiosismos à parte, quando é bom aceita-se. Tracks como Samba Del Costa de Max Walder, Latin Lovers de Monika Kruse ou Los Hijos Del Sol fazem parte desta fase embrionário do Techno Latino.
Japan Style
Por ultimo, referimos o trabalho na techno scene no Japão, género que nos apresenta um grande presença em sonoridades orientais, trazendo-nos uma grande identidade dessa cultura. Desde cedo, com um forte suporte tecnológico, conseguem aprimorar a qualidade do som, caminhando assim para um som cada vez mais sólido e consistente. Nomes como Ken Ishii, Fumuya Tanaka ou Takkyu Ishino são, sem duvida, nome importantes pala a evolução no techno no Japão.
Hard Techno: The Beginning
Anos 90 e primeiros anos do Hard Techno
Por volta dos anos 90 nasce o Hard Techno. Segundas gerações de party people surgem, levando o sentimento de rave ao extremo, adicionando elementos mais fortes à construção musical e criando um novo género musical com influências no techno e na rave, ampliando-as. Emergindo assim de uma cultura underground obscura.
Surgem na época várias "soundcrews", organizações de festas que faziam tudo para que a festa continuasse. Eram simplesmente pessoas aficcionadas pelo som, desde hippies, punks, skinheads, etc. A época da Revolução digital chega e poderosas estruturas musicais são criadas (desde sistemas de sons relevantes a organizações que impulsionaram a semiologia da cultura underground presente.
Uma das sound crews mais relevantes para a história do hard techno foi a Spiral Tribe. Esta organização preparava festas em locais inabitados, festas gratuitas, clandestinas e loucas, muito loucas!
Não havia muitas regras nem regulamentação e este grupo de pessoas chegou mesmo a ter bem... alguns problemas. Como a cultura rave passou a ocupar um espaço relevante nos anos 90, gerando uma onda de temor na sociedade em geral levando, em 1994, 13 dos membros da Spiral Tribe serem acusados de conspiração e causadores de transtornos, e posteriormente tendo sido considerados como perigo público. Musicas como Crystal Acid dos Spiral Tribe ou Probably taking Drugs de Network 23 são tracks que ficarão na história da evolução deste género musical que nos é tão querido.
Com a evolução da industria musical no ramo electrónico fez com que artistas, colaboradores ou simplesmente interessados na techno scene, procurassem ritmos mais energéticos, tentando assim colmatar a abrangência quase que ridícula que este género estaria ganhar na altura.
Nesta altura, por volta dos anos 90, nasce outro género musical, intitulado de Schranz. Este apareceu com a necessidade de se separar estilos musicais, que teriam uma velocidade diferente do techno (mais de 145 bpm’s/segundo) e algumas sonoridades na sua composição como sinths diferentes dos usados até então, levando este género a buscar um lado fantasioso e out of the box.











